Quem quer pão, faz pão!

Panificação na minha vida é do tempo que minha mãe instalou um forno à lenha, fazia a gente catar todos os cavacos de madeira da Vila e recompensava com roscas gigantes de leite condensado. Nunca aprendi essa receita e agora que tenho a consciência do efeito anabolizante e de preenchimento dessa delícia. Mas lembro que quando eu ainda sonhava com minha casa, sempre planeava que fosse um lugar de coisas assadas, pra que os cheiros de assados ficassem guardados dentro dos filhos e amigos. E então, bolo nunca faltou por aqui. E até que eu me adequasse ao tamanho da minha cozinha minúscula, tão diferente de quando eu cozinhava na cozinha gigante da minha mãe e para um coletivo tão maior que a minha família de três humanos e três gatos, muita gente foi obrigada a aceitar meus bolos de presente. Esses, todos assados na forma de buraco, que assa direto no fogão, apetrecho de grande utilidade que assa tudo e ainda economiza muito o gás. 
Aqui dentro desse blog, você vai encontrar algumas dessas receitas desse tempo. Memórias registradas, e foi pra isso que vim aqui hoje, mas também por estar meio cansada de só encontrar links de vídeos curtos pra tudo nessa vida. Sim, eu sei, esse é o tempo que ninguém tem tempo pra ler nada e otimiza todas as ciências dos fatos. Mas indo na contramão, não por birra, mas por cultivos, vou contar:
–A novidade é que agora faço pães caseiros e a moçadinha se refestela.
Foi antes da Páscoa e por preguiça de pegar a fila do pão, depois a fila do caixa, pensar no preço daquela marca que promete e não entrega um alimento sequer palatável, que busquei transformar farinha em uma coisa pelo menos gostosinha. Somando ao fato de que em casa temos gentes que não podem comer qualquer pão. Nada pode ter banha, ovo, leite e glúten vem sido consumido teimosamente. Então pensem em alguém que vai ter que estudar... E vamos a isso.
Lembrei que em um tempo de amargura, uma amiga se empolgou com fermentação natural e compartilhou a novidade. Não conseguiria nem se eu quisesse ser contagiada na época, o que me causa um pouco de pesar de não saber o que eu estava perdendo. Durante a pandemia, já havia adquirido o primeiro forninho, o que trouxe muita qualidade à alimentação de casa. No final desse período, já perto do novo tempo anormal, descobrirmos os diagnósticos de alergias alimentares na minha caçula. Então a melhor opção diante de todos esses fatores foi estudar melhor tudo o que comemos, agora. E se adequar a todas às restrições, conseguindo o máximo de sabor. A começar pelo pão de liquidificador, passando pelas receitas do grande Jobson, por último descobri a satisfação da sova. E... Uau! Sério, é tão gostoso quanto muitas boas gargalhadas. Me refiro ao processo inteiro de transformar poucos ingredientes em um alimento cheiroso, quentinho e quase durável. O quase fica por conta do prazer da turma em devorar o que sai do forno muito antes da minha ocupada previsão. Mas dizem por aí que isso é uma boa porção de felicidades. Isso, no plural. Pois ficando muito ou pouco gostoso, e isso só responde às minhas experiências pessoais, não tem ficado migalha sobre migalha. 
Ainda estou em período de testagem de várias receitas que satisfaçam à toda necessidade das restrições alimentares da minha família e aos planos de regulação dietética que visam uma alimentação de qualidade. 
Creio que é bem pra isso que os conhecimentos nos chegam: a vida precisa melhorar mesmo em tempos difíceis. Então, pra não me prolongar ainda mais nessa minha conhecida vocação pra textão, mesmo sendo aqui o meu lugar pra isso, deixo meu abraço e o registro da fornada do feriado de Páscoa. Abraço a todos, gratidão pela sua paciência em ler isso tudo.
 


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Uma gola fácil em tricô.

Para que serve uma agulha de tricô número 20? Update!

Casaqueto Quadrado Perfeito